A democracia argentina e a crise dos quarenta
A crise dos 40 representa um período de questionamento pessoal que aparece quando passamos da juventude para a maturidade. Caracteriza-se geralmente pelo sentimento de frustração resultante de não termos cumprido as expectativas de vida autoimpostas ou aquelas que nos são impostas pela própria sociedade. Esta metáfora poderia muito bem representar a (não tão) jovem democracia argentina, prestes a celebrar seus 40 anos de vigência em 10 de dezembro deste ano.
A democracia argentina tem mostrado amplos sinais de resiliência ao longo de quatro décadas de desenvolvimento institucional, tendo resistido às crises militares entre 1987 e 1990, à econômica entre 1989 e 1991 e à social do período 2001/2002. Todas estas provas foram, em maior ou menor medida, superadas de maneira satisfatória.
O fato é digno de nota dado que, desde a implementação da chamada Lei Saenz Peña em 1912, que estabeleceu o caráter universal, secreto e obrigatório do sufrágio, a vida institucional da Argentina até 1983 havia transcorrido, de forma alternada, entre regimes militares, civil-militares, democráticos sem conteúdo republicano, republicanos sem conteúdo democrático e/ou semi-democráticos.
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