Pedido de prisão de Putin por crime de guerra é marco por ora simbólico

O pedido de prisão emitido pelo TPI (Tribunal Penal Internacional) contra Vladimir Putin serve a propósitos simbólicos, mas tem pouquíssimo valor prático neste momento. Toda conjectura que será lida na mídia ocidental sobre os riscos de o russo ver o sol nascer quadrado é apenas misto de torcida e especulação.

Guerras, por definição, têm seus desfechos escritos pelos vencedores. Fosse a Alemanha nazista triunfante em 1945, talvez o mundo nunca soubesse sobre o Holocausto —ficção de qualidade já foi escrita sobre isso. Mas este é um exemplo extremo.

No caso da corrente guerra, inconclusa de forma aguda como está após pouco mais de um ano de agressão russa, estabelecer responsabilidade de Putin é ao mesmo tempo ocioso e impreciso.

Ocioso pois foi o russo quem disparou o primeiro tiro, independentemente de suas razões, algumas racionalmente aplicáveis a um debate. Impreciso porque a acusação específica da corte de Haia, de sequestro de crianças, é de bastante difícil comprovação.

Isso dito, é um ato político cheio de simbolismo. O chefe de Estado e de governo de uma nação poderosa está tecnicamente com a cabeça a prêmio numa corte internacional. Isso basta para a propaganda ocidental, mas também para a do Kremlin.

Afinal de contas, Putin terá mais um item para adicionar à coleção do que chama de guerra do Ocidente para destruir a Rússia, com ou sem razão. Pois segundo a narrativa do presidente, ele se equivale ao Estado russo.

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